TRILHA ENERGIA LIMPA

Bioeletricidade e Cogeração: Avanços e Oportunidades


O papel do biogás e da cogeração na matriz energética e seu potencial de crescimento foram os temas debatidos no painel “Bioeletricidade e Cogeração: Avanços e Oportunidades”, moderado por Newton Duarte, presidente da Cogen. A partir de um consenso da necessidade urgente do Brasil de avançar na recuperação energética de resíduos, a discussão fez uma análise sobre as oportunidades existentes em diferentes segmentos.     

Yuri Schmitke, presidente da Abren, afirmou que o Brasil ainda engatinha nas políticas públicas para recuperação energética de resíduos sólidos e destacou que o lixo urbano não tem flutuações de preço e pode abastecer termoelétricas em regiões próximas aos centros urbanos. Além dos benefícios ambientais, a recuperação energética dos resíduos sólidos traz benefícios para saúde pública e aumenta a sustentabilidade do setor agropecuário, contribuindo diretamente para redução das emissões.     

Já Paulo Squariz, head de Energia da Suzano, analisou as oportunidades na indústria de papel de celulose. Na opinião do executivo, o setor de papel e celulose é um cogerador de energia nato. Ele destacou o potencial da biomassa para dar perenidade ao setor energético brasileiro e levantou a possibilidade de se instalar bunkers de baterias ao lado de planta de papel e celulose que também estão próximas aos centros urbanos. “Enxergo uma planta de papel e celulose como uma biorrefinaria”, analisa.    

Eduardo Acquaviva, CEO da Zeg Biogás, lembrou que o biometano já tem uma indústria pujante na Europa, onde o sucesso de diversas tecnologias está mais do que comprovado. “Barreiras tecnológicas não existem. A maior barreira é a parte de regulamentação. Há a necessidade de regras mais específicas para o biogás. A aprovação das plantas precisa ser adequada à escala e às características dos projetos. Acredito que a indústria vai amadurecer neste sentido”, analisa.