A eletrificação do transporte é uma demanda mundial, mas ainda há muito o que avançar no Brasil. O painel “Eletrificação do Transporte e Mobilidade Urbana” trouxe dados sobre o cenário atual e as perspectivas de crescimento desse modelo, considerando um país de dimensões continentais como o Brasil.     

A moderadora Márcia Loureiro, diretora do Grupo de Infraestrutura e integrante do Conselho Diretor da ABVE, convidou os painelistas a abordar as principais caraterísticas desse novo mercado e a quebra de paradigma trazida pela eletromobilidade. Entre os desafios apontados estão a logística e o custo para a substituição da frota.     

Carlos Souza, Diretor B2G - e-city da ENEL X, explicou que a empresa vem realizando um trabalho para desmistificar o processo junto aos operadores de transporte de ônibus. “Temos inúmeras tecnologias e é preciso ver qual se adapta ao pavimento das nossas estradas e ruas. Tem que estudar quando e em que rota você aplica. É um investimento alto, mas o elétrico gera economia na manutenção em torno de 55% a 65% e reduz o custo de combustível”, explica.     

Outros pontos abordados foram as adaptações das garagens para receber e carregar os elétricos, a necessidade de identificar pontos estratégicos para eletroterminais ou hub de recarga e como conectar a energia em uma rota com menor quilometragem ociosa, sem onerar os operadores, pois em geral as garagens estão no fim das linhas, longe dos centros de carga das cidades.    

Eduardo Ribas, Diretor Comercial da LACTEC, reforçou a necessidade de a solução ser adotada de forma a não onerar o consumidor final. “A inserção dessa nova tecnologia traz ganhos ambientais, mas não podemos ignorar a questão da tarifa. Hoje, a gente não consegue chegar no valor do diesel”, ponderou.