TRILHA MERCADO E CONSUMO

Gás Natural - Bons Horizontes Para Uma Demanda Crescente?


Com a crescente demanda por descarbonização e a variação nos preços do carvão e petróleo, o gás natural vem ganhando espaço como fonte de energia para grandes consumidores, como as indústrias. As perspectivas do setor foram debatidas no painel “Gás Natural - Bons horizontes para uma demanda crescente?”.     

Sylvie D'Apote, Diretora Executiva de Gás Natural do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) iniciou o debate refletindo sobre qual o espaço para o gás natural, considerando a matriz energética brasileira. Marcelo Lopes, Diretor de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da ENEVA, destacou a relevância do setor elétrico para o mercado de gás, pela escala e tamanho da demanda das térmicas, mas pontuou que a falta de previsibilidade e a necessidade de flexibilidade do setor trazem grandes desafios e custos para os produtores do GN.     

Mariana Amim, diretora de Assuntos Técnicos e Regulatórios da ANACE enfatizou que é preciso mudar a forma de pensar o gás natural no país. “Para o consumidor, o custo é elevadíssimo. A gente fala em transição energética, mas pelo olhar da indústria fica muito difícil trocar o óleo diesel pelo gás. A gente quer utilizar o gás, mas a preço competitivo”, afirmou.    

Cláudia Brun, Vice-Presidente de Midstream da Equinor, explicou que a indústria do gás exige uma infraestrutura muito grande e pontuou sobre a complexidade e riscos da operação. “O risco que a gente como produtor assume ao longo da cadeia é desproporcional. Este risco reverbera no preço”.     

Juliana Passadone, Gerente Regulatória Shell Energy Brasil, abordou a complexidade para se adequar às diferentes normas e desafios logísticos da comercialização. Ela aponta que os mercados elétrico e de GN são distintos, mas complementares e que ainda não trabalham de maneira harmônica. “O gás é o combustível que vai conseguir garantir um futuro cada vez mais renovável com a segurança energética devida”.