O painel “Pipeline de Renovações - Concessões em linha com as expectativas das distribuidoras em melhorar o serviço para o consumidor?” debateu o decreto que pretende disciplinar a prorrogação das concessões de distribuidoras de energia elétrica que vencem entre 2025 e 2031.     

Um consenso sobre o decreto foi que o consumidor precisa receber maior qualidade de energia e que as empresas têm que se ajustar às novas exigências. Mas é preciso reconhecer que elas investiram mais e olham mais para o conjunto. É fundamental que haja um equilíbrio entre investimentos e tarifas para garantir a qualidade. O crescimento da demanda de energia vai exigir muito investimento e todos esperam que o decreto traga segurança para as decisões de longo prazo.     

Luis Henrique Ferreira Pinto, vice-presidente de Operações Reguladas da CPFL, destacou que o investimento em medição inteligente vai ser um ganho em larga escala, mas alertou: “Estamos perdendo uma Belo Monte por ano com furto de energia. Se isso não for encarado por toda a sociedade, será difícil chegarmos a uma solução. Se tornou algo comum até em áreas não degradadas socialmente”. Essa perda passa por todos os estratos sociais. Em 2023, o crescimento foi de 20%.    

Sobre a presença dos eventos climáticos extremos na regulação, o moderador Marcos Madureira, presidente da ABRADEE, ressaltou que alguns deles são imprevisíveis. “O que está acontecendo é uma frequência maior desses eventos, com os impactos evidentes. No mundo inteiro, isso é considerado evento atípico com um tratamento adequado na regulamentação para essas situações”.    

Com relação às tarifas, Vladimir Pinto, head de Equity Research Utilities da XP, afirmou que é importante registar que a distribuição é o único segmento que no ano passado reajustou os preços abaixo do IPCA. “Se queremos mais qualidade, é necessário que se pense sobre o limite para essas tarifas, olhando para a distribuição”.